Eis que aparece Orla Fitzgerald, neta distante de Macdara. Orla pode ter deixado Lismore em criança, mas voltou uma mulher sofisticada e bonita. Tão bonita, de facto, que a maioria dos homens ficam encantados por ela - e Anya vê com crescente apreensão enquanto Orla tecer a sua magia em redor de Fergal.
No entanto, Orla pode não ser a rapariga de olhos azuis que os outros julgam. Há mistérios sombrios na vida da propriedade. O passado de Orla contém uma tragédia, e ela está determinada a reivindicar o seu direito de primogenitura, independentemente de quem se atravessar no seu caminho.
Opinião: Tara Moore controla sabiamente as doses de suspense, amor, traição, pesadelos, passados trágicos e amizade verdadeira.
A história prende desde o início e depressa percebemos que Orla pode não ser o que aparenta mas que, atrás dela, está um diabo ainda maior. Anya, por outro lado, é a rapariga mais decente por ali, uma mulher que não deixou que o seu passado a levasse para as ruas de outras vidas mas que sabe que deve isso a Martha, a freira que a criou e que fez com que ela fosse encaminhada na vida e afastada da drogada e turbulenta mãe.
Orla e Anya lutam em lados contrários mas ambas partilham um passado trágico que, no entanto, as levou a destinos diferentes. Um dia, esse passado volta para ajustar contas e a tabela estará demasiado alta para qualquer uma delas. Pelo meio temos uma viagem ao Dubai, à riqueza no meio da pobreza extrema e à falta de tacto e respeito para com os empregados, o contrário do que MacDara oferece a quem está junto a ele. Temos também uma amizade verdadeira dos três mosqueteiros, dos quais só restam 2, e que se apoiam mutuamente apesar de qualquer um deles se encontrar bastante doente.
Uma história que merece ser lida, com um final que me surpreendeu e que remete para valores morais e para o não julgamento das pessoas sem sabermos o seu lado da história, sem tentarmos perceber o que as moveu e como as coisas poderiam ter sido diferentes...
4*
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