quinta-feira, 5 de maio de 2016

Visita à 20|20 Editora #2 - Decisões sobre as capas

A comemoração dos 2 anos GLA foi realizada nas instalações da 20|20 editora, que nos convidou e acolheu da melhor forma, com abertura para as perguntas que tínhamos para colocar. Já aqui falámos das decisões editoriais, hoje falamos da escolha das capas.


Outra questão premente na visita às instalações da editora foi:
"Como escolhem que capa vai ter um livro e se vai ou não ter a capa original?"

A escolha da capa tem englobada muito mais do que poderíamos pensar.

Caso se queira utilizar a capa original, há que obter os direitos da mesma que passam por pagar ao fotógrafo, ao editor original, ao designer da capa e ao ilustrador. Há ainda vezes em que, para se utilizar uma capa do Reino Unido, um exemplo indicado, é necessário pagar ao Reino Unido (a todos os intervenientes acima) e ainda pagar à editora americana a autorização de utilização (mesmo que a capa nos EUA seja diferente).


Se for uma capa de banco de imagens, tem de se pagar ao fotógrafo, ao banco de imagem e depois ao designer e ilustradores da capa original. Depois, em Portugal, é necessário os editores e assistentes de edição trabalharem com o director de arte para chegarem ao conceito de capa, seguindo-se o pagamento do trabalho da equipa de design que concebe a capa, finalizando com o ilustrador.

Existem ainda casos em que se quer utilizar a imagem original mas a mesma foi retirada do banco de imagens (que pagam cada vez menos aos fotógrafos e estes deixam de querer aí estar presentes) e, mesmo no contacto directo com o fotógrafo, este pode não querer voltar a vender a imagem.

Quando os custos da imagem original são demasiado altos, há que ponderar se ela é mesma essencial para o livro e para o seu potencial de venda (e nem em todos os livros é possível cobrir este custo). Por outro lado, a imagem pode também não estar disponível. Nestes casos, a capa é feita localmente mas também aqui há limitações pois recorre-se a bancos de dados que nem sempre têm imagens que fazem sentido para os livros em questão (exemplo de um livro em que a heroína tem cabelo escuro e olhos castanhos e a jovem na capa é loira de olhos azuis). Em caso de serem livros históricos, as opções são ainda mais reduzidas pois as roupas têm de ser o mais aproximado possível da época em que se passa o livro.

Foi ainda perguntado "e porque não fazer uma sessão fotográfica?". "Nem pensar, sai demasiado caro para o budget que temos para as capas" - foi a resposta pronta.

Para além de todas estas questões, há ainda o tema da linha da editora. Algumas editoras, como é o caso, começam a ter uma linha muito própria de capas, uma linha que faça com que os leitores percebam logo a que editora os livros pertencem e já há leitores a reconhecerem as capas Topseller, por isso esta é uma preocupação adicional na escolha da capa.

Outros textos sobre a visita à editora:
Aniversário GLA e os festejos na 20|20 editora
Decisões editoriais

Sem comentários:

Enviar um comentário