segunda-feira, 7 de abril de 2014

Nome de Código: Leoparda, Ken Follett - Opinião

Sinopse: Cinquenta mulheres foram enviadas para França como agentes secretas pelo executivo de operações especiais durante a segunda guerra mundial.

Trinta e seis sobreviveram à guerra.
As outras catorze deram as suas vidas.

Maio de 1944, duas semanas antes do Dia D: a Resistência francesa empreendeu um ataque falhado a um castelo que alberga uma central telefónica alemã, vital para os movimentos das suas tropas. Impõem-se medidas drásticas e Flick Clairet, uma jovem agente britânica, surge com um plano ousado: lançar-se de pára-quedas, em França, acompanhada por uma equipa exclusivamente feminina (Jackdaws). Objectivo: disfarçarem-se de empregadas de limpeza francesas e... entrarem no castelo. Delirante ou não, o plano parece ser a única alternativa. O certo é que Rommel nomeou o implacável coronel Dieter Franck para esmagar a Resistência francesa. E ele já tem o seu primeiro alvo: Flick Clairet...

Opinião: Este livro de Ken Follett volta a recordar-nos a mestria do escritor quer em escrever sobre períodos históricos conturbados, quer em escrever thrillers de suspense/ conspiração/ acção que queremos seguir até ao último minuto. Para além disso, Follett focou-se agora num grupo de agentes do sexo feminino enviado para França para chegarem onde nenhum homem se conseguiria infiltrar ou, pelo menos, nenhum grupo de homens conseguiria fazê-lo.

Estamos a duas semanas do desembarque dos aliados na Normandia e é vital que os nazis não desconfiem do plano e, caso dalgum desconfie, não o possa transmitir a mais ninguém.

A correr contra o tempo, Flick tem de aceitar a missão e, em poucas horas, encontrar 6 mulheres, que não podiam ser mais diferente entre si. Estas agentes terão de ser especializadas em diversos campos: pelo menos uma que saiba lidar com explosivos, uma engenheira electrotécnica e todas a perceberem de armas e identidades falsas, cair de para-quedas, e, acima de tudo, lidar com a pressão e o terror da constante perseguição da Gestapo, com a muito provável hipótese de serem capturadas e torturadas até à morte.

O recrutamento é feito com candidatas que tinham recusadas pelos serviços secretos e serão estas mulheres que Flick terá de treinar, em dois dias. Diana, Greta, Ruby, Jelly e Maude serão as companheiras da missão mais importante e perigosa da sua vida: sabotar uma central de comunicações nazi. A estas mulheres foi pedido que abandonassem o país e lutassem pela causa. Um grupo heterogéneo que viria a funcionar melhor do que se pensava mas que estava mais mal preparado do que se parecia...

Uma história de mulheres fortes, determinadas, inseguras por vezes, mas que nunca desistiram da sua missão.

O livro é baseado em factos verídicos e uma homenagem às mulheres, principalmente àquelas que não regressaram da missão e também a todas que nunca tiveram o reconhecimento merecido. A personagem de Flick foi construída a partir da história de Pearl Witherington membro do EOE (Executivo de Operações Especiais). Estas agentes nunca tiveram condecorações pois as mulheres não as recebiam. Pearl foi agraciada com o título de membro civil da Ordem do Império Britânico mas recusou, indicando que o seu papel não tinha sido civil.

Uma leitura alucinante, com pormenores interessantes e uma história que nos leva a segurar a respiração pois a mínima falha pode levar à morte...
4,5*

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