sábado, 22 de fevereiro de 2014

A Rainha Vermelha, Philippa Gregory - Opinião

Sinopse: Herdeira da rosa vermelha de Lancaster, Margarida vê as suas ambições frustradas quando descobre que a mãe a quer enviar para um casamento sem amor no País de Gales. Casada com um homem que tem o dobro da sua idade, depressa enviúva, sendo mãe aos catorze anos. Margarida está determinada em fazer com que o seu filho suba ao trono da Inglaterra, sem olhar aos problemas que isso lhe possa trazer a si, à Inglaterra e ao jovem rapaz. Ignorando herdeiros rivais e o poder desmedido da dinastia de York, dá ao filho o nome Henrique, como o rei, envia-o para o exílio, e propõe o seu casamento com a filha da sua inimiga, Isabel de York.

Acompanhando as alterações das correntes políticas, Margarida traça o seu próprio caminho com outro casamento sem amor, com alianças traiçoeiras e planos secretos. Viúva pela segunda vez, Margarida casa com o impiedoso e desleal Lorde Stanley. Acreditando que ele a vai apoiar, torna-se o cérebro de uma das maiores revoltas da época, sabendo sempre que o filho, já crescido, recrutou um exército e espera agora pela oportunidade de conquistar o prémio maior.

Opinião: Este livro é o 2º da saga "Guerra dos Primos" de Philippa Gregory mas é o que acontece em 3º pelo que foi por essa ordem que foi lido.

"A Rainha Vermelha" é a história da rainha que queria ter tomado o trono. É também a história de uma mulher desmesuradamente católica (ou meio louca) e da forma como ela olha para o rei da casa de Yorque e para a sua "Rainha Branca". Para ela, eles não passam de usurpadores e deveria ter sido o seu filho a ser aclamado rei, até porque Deus a favorece e já lhe disse que seria isso que iria acontecer.

Este livro tem dois grandes problemas para mim, apesar da escrita de Philippa Gregory continuar irrepreensivível, por um lado relata a história do ponto de vista de uma personagem algo alucinada e com a qual o leitor não cria empatia (pelo menos eu nunca consegui estar do lado dela) e por outro eu estava à espera de um avanço temporal na história em relação ao livro "A Rainha Branca" e esse avanço praticamente não aconteceu, esta história acontece em paralelo à do anterior livro, vista apenas do ponto de vista de outra personagem e o pouco que avança não é quase nada, pelo menos nada que não soubéssemos já do anterior livro.

A história anda muitas vezes em volta do catolicismo de Margarida versus a bruxaria da Jacquetta e esse é outro ponto que é difícil de ultrapassar. Esta mulher chateia tanto que não há quem a aguente. Aliás, num tempo em que as mulheres nada mandavam, ela manda demasiado na sua casa, mesmo nunca tendo conseguido mandar na sua vida para seguir o seu coração. Sim, porque esta mulher também foi obrigada a casar - foi a única altura em que me senti próxima desta personagem e tentei entender a sua necessidade de que alguma coisa corresse como queria - mas as suas constantes medidas desesperadas para alcançar o trono, não olhando a meios, fizeram com que me voltasse a distanciar.

Devo salientar que o livro é bom, lê-se quase tão bem como os outros embora a vontade seja quebrada por esta personagem que nada tem de carismática. Para mim, teria sido melhor pegar no seu filho para continuar a história e deixar esta mãe histericamente católica reduzida a nada. Ainda assim, pela revolta que provocou na altura em que viveu, percebo o porquê de a autora lhe ter dedicado um livro. De qualquer forma, até ao momento, este é o único livro da colecção "A Guerra dos Primos" que já deixou a minha estante.

Quero ainda dizer que, se não lerem este livro, não perdem nada de muito relevante pois já conhecemos a personagem do ponto de vista da família York e Woodville. 

Se lerem o livro, estarão a acrescentar um interessante detalhe sobre pessoas que se dizem católicas mas em que tudo o que fazem leva à negação do que acredito ser o catolicismo. É, aliás, a pensamentos e acções de pessoas assim que se deve a morte em fogueiras de mulheres apelidadas de bruxas.

3,5*
Outros títulos desta saga:
"A Senhora dos Rios" (Saga Guerra dos Primos Livro 3 (mas acontece como se fosse o 1))
"A Rainha Branca" (Saga Guerra dos Primos Livro 1)

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